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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011





OLHAR EPISCOPAL - EDIÇÃO 02
HÁ UM ANO...
Dom Milton Kenan Junior
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo
Vigário Episcopal da Região Brasilândia

Há um ano, no 25 de janeiro próximo, eu chegava à desconhecida e desafiadora cidade de São Paulo para tomar posse do meu ofício de Bispo Auxiliar de S. Paulo. Um dia de muitas recordações e emoções para mim!
Voltando o olhar para este primeiro ano, como Bispo Auxiliar de S. Paulo, reconheço a graça inestimável, que Deus na sua bondade me confiou ao chamar-me, por intermédio do Santo Padre o Papa Bento XVI, para o ministério episcopal, nesta Igreja histórica e de tamanha grandeza como é a Arquidiocese de S. Paulo.
Poder conviver, tão de perto, com o cardeal Dom Odilo P. Scherer, nosso Arcebispo e com os Bispos Auxiliares, cujo testemunho de total dedicação no cuidado do Povo de Deus além de ser para mim uma grande lição é também um forte estímulo a procurar corresponder da melhor maneira a missão que me foi confiada!
Graça também tem sido a convivência com Dom Angélico Sândalo Bernardino, Bispo Emérito de Blumenau, que reside aqui em São Paulo, onde trabalhou por longos anos, que sempre me acolhe e trata como irmão mais experiente.
Para mim, a convivência com o presbitério, religiosos, religiosas e agentes de pastoral da Região Episcopal Brasilândia; e com os membros do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral, do Fórum das Pastorais Sociais e do Mundo do Trabalho tem sido um grande aprendizado. O comprometimento de muitos deles com o povo sofrido das nossas comunidades, a presença solidária e profética junto às comunidades da periferia da grande cidade, a persistência diante dos desafios e obstáculos que a realidade urbana apresenta a busca constante por traduzir os valores do Evangelho na lida de cada dia, são uma grande lição para mim!
Ao voltar o olhar para este primeiro ano de episcopado dou-me conta do quanto ainda preciso aprender! A vida é sempre um aprendizado, não é mesmo? Não foram poucas as falhas de minha parte. As palavras de Jesus: “Àquele a quem muito se deu, muito será pedido, e a quem muito se houver confiado, mais será reclamado.” (Lc 12,48), fazem-me pensar e me dar conta da gravidade da responsabilidade a mim confiada. Mas me conforta saber que não estou só, são muitos os irmãos e amigos nesta caminhada!
O ano de 2010 foi um ano precioso para todos nós da Arquidiocese de S. Paulo! Foi o ano do Congresso dos Leigos que envolveu e dinamizou tantas comunidades e grupos de nossa Arquidiocese! Os projetos elaborados que agora deverão ser implementados e realizados, a mim também enchem de esperança! Oxalá, impulsionados pelos muitos leigos e leigas, possamos deslanchar ainda mais numa ação evangelizadora inculturada, despertando todos para a coresponsabilidade e o estado permanente de missão, tão queridos e estimulados pela Conferencia de Aparecida!
O ano de 2011 também vem carregado de esperanças para todos nós! Prosseguindo na caminhada feita nestes últimos anos, no espírito do 10° Plano de Pastoral, agora será a vez de voltar o olhar para as paróquias, reconhecendo nelas o primeiro lugar do encontro com a Pessoa de Jesus e da inserção na vida da Igreja!
Fazem-me pensar as palavras de Jesus aos discípulos: “Erguei vossos olhos e vede os campos: estão brancos para a colheita. Já o ceifeiro recebe seu salário e recolhe fruto para a vida eterna, para que o semeador se alegre juntamente com o ceifeiro. Aqui, pois, se verifica o provérbio: um é o que semeia, outro o que ceifa. Eu vos enviei a ceifar onde não trabalhastes; outros trabalharam e vós entrastes no trabalho deles.” (Jo 4, 35b-38)
Lançando o olhar para a grande Igreja de S. Paulo vejo que é tempo de dedicar-nos à colheita, sabendo que colhemos o que não plantamos e o que plantamos outros colherão; lembrando ainda as palavras de S. Paulo aos Coríntios: “Assim, pois, aquele que planta, nada é; aquele que rega, nada é. Mas importa somente Deus, que dá o crescimento.” (1Cor 3,7)
Juntos, na seara do Senhor, sinto que o apelo é de nos dedicar sempre mais por fazer germinar as sementes por nós lançadas, e ao recolher os frutos produzidos não nos esquecermos daqueles que os semearam; mas, acima de tudo, lembrar-nos que somente Deus é que dá o crescimento!
A todos os que durante este ano foram companheiros e amigos, irmãos e irmãs de caminhada, meu muito obrigado e o desejo de que possamos crescer sempre mais na fraternidade!

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