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segunda-feira, 11 de abril de 2011

POR QUE SE CELEBRA A MISSA DE 7º DIA?
Pe. Valdiran Santos
1.PARA ENTENDER MELHOR:
O número sete na Bíblia é igual à perfeição que é = Deus. Em sete dias, Deus criou o mundo e descansou. Portanto o número sete é um número teológico e por isso assume uma importância simbólica tanto na Tradição judaica quanto na Tradição cristã. É nesse contexto que se desenvolve a tradição de luto de sete dias, conforme os textos seguintes:
- O luto de Jacó durou 7 dias (Gn 50,10)
- Saul foi enterrado e fizeram um jejum de 7 dias (1Sm 31, 13)
- O povo chorou a morte de Judite durante 7 dias (Jt 16, 24)
- O luto por um morto dura 7 dias (Eclo 22, 11)
Para nós é importante continuar essa tradição porque somos Cristãos; homens e mulheres de esperança, cremos na vida eterna e acreditamos que a morte não é o fim de tudo, mas o começo de uma nova vida. “Cristo, morrendo, destruiu a morte e ressuscitando dos mortos deu-nos a vida.”
Quando rezamos diante de um corpo, estamos diante de alguém que, pelo batismo foi o templo da Santíssima Trindade. (1Cor 2,16-17) e confiamos plenamente na ressurreição conforme, Jesus prometeu: “Eu sou a ressurreição e a vida”.

2. A FÉ JUDAICA NA VIDA APÓS A MORTE
2Mc 12,43-45 “Então fizeram uma coleta individual, reuniram duas mil moedas de prata e mandaram para Jerusalém, a fim de que fosse oferecido um sacrifício pelo pecado. Ele agiu com grande retidão e nobreza, pensando na ressurreição. Se não tivesse esperança na ressurreição dos que tinham morrido na batalha, seria coisa inútil e tola rezar pelos mortos. Mas, considerando que existe uma bela recompensa guardada para aqueles que são fiéis até à morte, então esse é um pensamento santo e piedoso. Por isso, mandou oferecer um sacrifício pelo pecado dos que tinham morrido, para que fossem libertados do pecado”.
Ecle 11,7 “Então o pó volta para a terra de onde veio, e o sopro vital retorna para Deus que o concedeu”.
Sb 3,1-4 “As almas dos justos, ao contrário, estão nas mãos de Deus, e nenhum tormento as atingirá. Aos olhos dos insensatos, aqueles pareciam ter morrido, e o seu fim foi considerado como desgraça. Os insensatos pensavam que a partida dos justos do nosso meio era um aniquilamento, mas agora estão em paz”.
Jó 19, 25-27 “Eu sei que o meu Redentor está vivo e que no fim se levantará acima do pó. Eu mesmo o verei, e não outro; eu o verei com os meus próprios olhos”.
Dn 12,3 “Muitos que dormem no pó despertarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha e a infâmia eternas, os sábios brilharão como brilha o firmamento e os que ensinam a muitos a justiça brilharão para sempre como estrelas”.

3. A FÉ CRISTÃ NA RESSURREIÇÃO
Para nós cristãos morrer significa passar da morte para a vida, é ir ao encontro com o Pai e viver eternamente no seu convívio. Para os que crêem em Deus “a vida não é tirada, mas transformada”. No Novo Testamento há inúmeras passagens que falam da ressurreição e da vida eterna. Esses textos são o fundamento da nossa fé e da nossa esperança. Vejamos alguns:
- “Então o anjo disse às mulheres: ”Não tenham medo. Eu sei que vocês estão procurando Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui. Ressuscitou como havia dito”. (Mt 28,5-6);
- “Jesus apareceu a dois deles, com outra aparência, enquanto estavam a caminho do campo”. (Mc 16,12);
- “Ainda estavam falando, quando Jesus apareceu no meio deles, e disse: “A paz esteja com vocês.” (Lc 24,36);
- “Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e acredita em mim, não morrerá para sempre”. (Jo 11, 25-26);
-“Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro... nada nos poderá separar do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, nosso Senhor “. (Rm 8, 38-39);
- “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, foi isso o que Deus preparou para aqueles que o amam”. Deus, porém, o revelou a nós pelo Espírito” . (1Cor 2,9);
- “O mesmo acontece com a ressurreição dos mortos: o corpo é semeado corruptível, mas ressuscita incorruptível; é semeado desprezível, mas ressuscita glorioso, é semeado na fraqueza, mas ressuscita, cheio de força” (1Cor 15, 42-43);
- “Nós sabemos: quando a nossa morada terrestre, a nossa tenda for desfeita, receberemos de Deus uma habitação no céu, uma casa eterna não construída por mãos humanas”. (2Cor 5,1);
- “Com ele, vocês foram sepultados no batismo, e nele vocês foram também ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que ressuscitou Cristo dos mortos”. (Cl 2,12);
- “À voz do Arcanjo e ao som da trombeta Divina, o próprio Senhor descerá do céu. Então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”. (1Ts 4, 16);
- “Os homens morrem uma só vez e depois disso vem o julgamento”. (Hb, 9,27);
-“Os que vêm da grande tribulação... Nunca mais terão fome, nem sede; nunca mais serão queimados pelo sol, nem pelo calor ardente. Pois o Cordeiro que está no meio do trono será o pastor deles; vai conduzi-los até às fontes de água da vida. E Deus lhes enxugará toda lágrima dos olhos”. (Ap 7,16-17);
-“Felizes os mortos, aqueles que desde agora morrem no Senhor. Sim diz o Espírito, descansem, de suas fadigas, pois suas obras os acompanham”. (Ap 14,13).

CONCLUSÃO:
Os textos que lemos justificam as nossas orações pelos mortos, especialmente a Santa Missa, culto máximo de louvor, gratidão e adoração a Deus, Senhor da vida e da imortalidade. A missa de 7º dia está, portanto, fundamentada na Palavra de Deus. Com certeza, uma prece dirigida a Deus, por alguém vivo ou falecido, não lhe fará mal nenhum, pois rezamos ao Deus Pai, autor e Senhor da vida. Dessa forma participamos da Comunhão dos Santos, aqueles que estão na glória do céu, aqueles que esperam o dia do julgamento e nós que militamos neste mundo.
Nossa fé se fundamenta na Ressurreição de Jesus, por isso cremos que a última palavra é da vida e não da morte! “Não tenha medo, Eu sou o primeiro e o último. Sou o vivente. Estive morto, mas estou vivo para sempre. Tenho as chaves da morte e da morada dos mortos”. (Ap 1,17-19). “Aquele que alerta essas coisas diz: “Sim! Venho muito em breve”. Amém! Vem, Senhor Jesus! (Ap 22,20).

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