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segunda-feira, 16 de abril de 2012

EMAÚS: LUGAR DE GUERRA, LUGAR DE PAZ

Diante das ameaças da invasão de Jerusalém por impérios estrangeiros, Judas Macabeu montou um acampamento do se exército ao sul de Emaús. (1Mc 3,5). Lísias, regente do reino da Pérsia (165 a.C.), enviou Górgias para juntar-se a Nicanor e Ptolomeu, ambos do império grego, para atacar os judeus. (1Mc 3,32-32). A intenção era invadir Jerusalém, profanar e saquear o templo de Javé, dominar e humilhar os judeus e cobrar pesados tributos.
Judas ao saber que Nicanor se posicionava com seu exército, formado por seis mil homens para atacar o acampamento de Emaús, convocou três mil homens do seu exército. Incentivou-os relembrando o acontecimento fundante do Êxodo, a libertação do Povo de Deus da escravidão do Egito e de como Deus agiu em favor do Seu Povo. E assim, invocando o Deus de Israel, eles partiram e lançaram-se contra o acampamento de Nicanor e derrotaram as tropas gregas; mataram mais de nove mil homens, se apossaram dos despojos e salvaram o povo das mãos sanguinárias dos estrangeiros. (1Mc 4,1-2; 2Mc 8, 23-39).
Judas abriu o caminho para Jerusalém, purificou o templo e restabeleceu o culto a Javé. Esse acontecimento é tão importante para os judeus que até hoje é celebrado anualmente com a festa de “Hanuca”.
Naquele episódio, o Povo de Deus teve uma importantíssima vitória em Emaús. Graças a intervenção divina e a corajosa atitude de Judas Macabeu.
Como sabemos, as guerras produzem: derramamento de sangue, morte, fome, perdas irreparáveis, destruição e horror. Por isso, não nos surpreende o fato de mais de nove mil homens serem mortos e muito mutilados, num exército de vinte mil homens! (2Mc 8,9-24).
Emaús era um lugar estratégico para os mercadores; por isso marcada pela passagem de inúmeros conquistadores e de pessoas importantes. “Situada no cruzamento das rotas de acesso a Jerusalém, e das rotas que ligam o norte e o sul, sobre o solo fértil da planície de Séfela”.
Emaús é uma palavra hebraica que significa “fonte” ou “águas quentes”. No século III d.C., Emaús recebeu o nome grego “Nicópolis” que significa “Cidade da vitória”.
Seja “Fonte” ou “Vitória” ambos os termos apontam para Cristo: “Fonte de Água Viva” (Jo 4,14; Jo 7, 17-18) E a Vitória da morte e do mal, pelo seu Sangue derramado na cruz, (Col 1,20; Ap 1, 14-18).

UMA NOVA HISTÓRIA SE FAZ

Foi neste lugar marcado por disputas, conflitos, perdas e mortes que o Senhor Jesus, ressuscitado, apareceu aos Dois Discípulos que caminharam com Ele longo trecho, sem O reconhecer.
O Evangelista Marcos faz resumida menção ao fato: “Em seguida, Jesus apareceu a dois deles, com outra aparência, enquanto estavam a caminho do campo, também voltaram e anunciaram isso aos outros, que não acreditaram nem mesmo nestes”. (Mc 16,12-13).
Mas, de forma convincente e comovente o evangelista Lucas faz um relato extenso e belíssimo dessa experiência dos Dois discípulos com o Ressuscitado! A narração de Lc 24,13-35 é uma narração pedagógica. Dela pode se extrair elementos valiosíssimos para a evangelização, catequese, liturgia e, sobretudo, uma espiritualidade do caminho, para o nosso discipulado, convivendo e aprendendo na mais íntima fraternidade com o Mestre ressuscitado!
A experiência dos Dois discípulos no caminho de Emaús, ao contrário do tumulto, e da violência dos exércitos é marcada pela serenidade, ternura, paz e solidariedade! O Ressuscitado transforma a história; “Faz novas todas as coisas”, derrota o medo, a tristeza, a escuridão e a decepção.
O Ressuscitado renova as forças: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo”. (Mt 14,27). Transforma a tristeza em alegria: Jesus disse: “Alegrem-se” (Mt 28,9); “Os discípulos se alegraram por verem o Senhor”. (Jo 20,20); discipa as trevas: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas possuirá a luz da vida”. (Jo 8,12); desfaz a decepção e o desânimo: “Por que vocês estão perturbados e por que o coração de vocês está cheio de dúvidas? Vejam minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo”. (Lc 24,38-39).
Jesus ressuscitado continua caminhando conosco. Sobretudo nos momentos mais difíceis e desafiadores da vida! Pena que como os discípulos de Emaús; demoramos perceber a sua presença entre nós e compreender seu amor e sua misericórdia para conosco. Por isso não nos cansamos de repetir a piedosa súplica dos Dois discípulos: “Mane nobiscum, Domine” – “Fica conosco, Senhor” (Lc 24,29).

Pe. Valdiran Santos
São Paulo, Pásco do Senhor 2012

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